Gaiolas Cristalinas
Nos recônditos das gaiolas cristalinas
Não se enxerga a solidão dos pássaros.
Prisioneiros em seus passos, se sublima
O limite de seu verdadeiro espaço.
Já não sabe bater asas pra voar
O estático fideliza seu olhar
No limite do cristal a observar
A dinâmica que já não pode alcançar.
E chora o pássaro, na gaiola transparente
Vendo o mundo que não pode mais tocar
Na gaiola tão bonita e indiferente
Nem seu grito poderá se escutar.
Não suporta mais o cheiro da prisão!
Não suporta a transparência do cristal!
Se reserva, no silêncio de seu ser
Permitindo a gaiola se romper!
Conceição Gama.
21/05/14.