segunda-feira, 16 de setembro de 2013












Um tanto de nada!

Ter  a certeza de que aqui não é o meu lugar! Mesmo que a veste da alma percorra os caminhos da terra entrelaçado com os caminhos do eterno.
É ausência que se faz presente, do que já fui e não sei quando... ou quem  sabe do que não consegui ser durante esta estada passageira.
 Informação não localizada pela limitação de ser humano quase desumano com ele próprio.
Faz-me sofrer, porque percebo que há um plano a se cumprir.
Traçado, escrito, determinado, mas com direito a escolha de executá-lo!
Em qual lugar se encontra esse plano, entre esses inúmeros e enormes cômodos do cofre dourado?  
Só ouço o seu compasso lento que me proporciona uma sensação de letargia.
Às vezes tenho a sensação de que não percorri a minha trajetória. Há sempre um vazio provocado por uma palavra, dita ou escutada,  por um gesto, por um pensamento vago, mas que marca presença, assim como algo calcificado, machucando a alma e a sua veste, provocando sangramento nas feridas que ainda não cicatrizaram.
 Isso traz vazio, cor de chumbo, chumbo, chumbo... Que reflete sobre a veste da alma, com raios do sol ao se por, num dia de rigoroso inverno, congelando... Congelando... Congelando...
E o plano, como executá-lo?  É o chumbo, é o gelo, é letargia que fecham as janelas da alma.
Num  ritual intimo, entrego esse mar ao dono do lugar de onde em vim e espero...
Quem sabe a partida desse lugar ao qual não pertenço, quem sabe o tempo necessário para encontrar os planos no cofre dourado do meu ser...



Conceição Gama.