terça-feira, 22 de outubro de 2013




SEDE

SINTO SEDE DA SEDE QUE SACIA,
AQUELA SECURA NA BOCA,
QUE O CORAÇÃO ACARICIA,
EXIMINDO A CONDIÇÃO SE SER OCA!

SINTO SEDE DO CHEIRO DO VENTO,
UNGINDO OS DIAS, O TEMPO,
TOCANDO O VESTIDO DA ALMA,
FAZENDO PRESENÇA, ACALMA!

E NA MANSIDÃO DO SENTIR,
ENTREGA CARECE SURGIR
REFLEXO DO EMERGIR!

DA SEDE, DA SEDE , DA SEDE...
DO QUERER, DO QUERER, DO QUERER...
DO VENCER, DO VENCER, DO VENCER...

 
CONCEIÇÃO GAMA.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CRISÁLIDA



CRISÁLIDA


A CRISÁLIDA MACIA ACARICIA,
A ALMA  RESGUARDADA,
REVESTIDA,  ESPERADA.
O QUE HÁ A SE REVELAR?

A METAMORFOSE  DINÂMICA,
PROCESSA INTEMPÉRIES EXTERNAS.
SEM PRESSA, COMPILA SENTIDOS,
SENTIMENTOS, RISOS, GEMIDOS.

DESVENDADOS  NO ESCURO DA LUZ,
UM TOQUE, APENAS UM TOQUE,
ERA O QUE CARECIA, SENTIA,
SAGRADO GESTUAL INOCENTE.

O ESFORÇO DE ABRIR O CASULO,
ESCALAR, SOBREVOAR OS MUROS...
AGORA COM UMA ASA SÓ,
TE FAZ REVELAR O QUE ÉS!

PARTE DE UM TODO SEM FIM,
TOTALIDADE QUE ANUNCIA O SIM,
DA SOLIDÃO ENTRANHADA,
NO PARADOXO  PARTILHADA.


CONCEIÇÃO GAMA.

 09/10/13
 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013












Um tanto de nada!

Ter  a certeza de que aqui não é o meu lugar! Mesmo que a veste da alma percorra os caminhos da terra entrelaçado com os caminhos do eterno.
É ausência que se faz presente, do que já fui e não sei quando... ou quem  sabe do que não consegui ser durante esta estada passageira.
 Informação não localizada pela limitação de ser humano quase desumano com ele próprio.
Faz-me sofrer, porque percebo que há um plano a se cumprir.
Traçado, escrito, determinado, mas com direito a escolha de executá-lo!
Em qual lugar se encontra esse plano, entre esses inúmeros e enormes cômodos do cofre dourado?  
Só ouço o seu compasso lento que me proporciona uma sensação de letargia.
Às vezes tenho a sensação de que não percorri a minha trajetória. Há sempre um vazio provocado por uma palavra, dita ou escutada,  por um gesto, por um pensamento vago, mas que marca presença, assim como algo calcificado, machucando a alma e a sua veste, provocando sangramento nas feridas que ainda não cicatrizaram.
 Isso traz vazio, cor de chumbo, chumbo, chumbo... Que reflete sobre a veste da alma, com raios do sol ao se por, num dia de rigoroso inverno, congelando... Congelando... Congelando...
E o plano, como executá-lo?  É o chumbo, é o gelo, é letargia que fecham as janelas da alma.
Num  ritual intimo, entrego esse mar ao dono do lugar de onde em vim e espero...
Quem sabe a partida desse lugar ao qual não pertenço, quem sabe o tempo necessário para encontrar os planos no cofre dourado do meu ser...



Conceição Gama.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Paradoxo, é viver!













Paradoxo, é viver!


Viver a saudade é conviver com o paradoxo, de se sentir sozinho e acompanhado...
A solidão vem da condição humana, do desejo de tocar, de sentir o cheiro da pessoa que se foi...
E apesar dessa carência tão humana, a saudade  transcendente é tão presente!
Atravessa o coração da gente, chega lá no cerne da alma e se instala para sempre...
Sempre...Sempre...Sempre!
Já não posso mais te tocar, sentir teu cheiro, ouvir tua voz...
Mas posso fechar as janelas da alma e mergulhar no sempre! Lá eu sempre te encontro, sinto teu cheiro, sinto teu afago, sinto tua presença tão longe e tão perto de tocar e sentir... sentir... sentir...
Deixo que as lágrimas irriguem meu "eu", abasteçam o rio na qual navego em tua companhia.
Ah! esse barco que balança ora acalentando, ora me enjoando me deixando mais humana!
O capitão do barco permanece tranquilo e me convida a mergulhar em águas mais profundas...profundas...
Nelas encontrarei o caminho que tanto me encanta e que almejo...
Um dia, vou encontrar o fio que une os extremos da minha vida, o tão presente paradoxo e quando isso acontecer quero estar na profundidade do meu ser para me encontrar em Deus!

26/08/13

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ROSA DO DESERTO








 ROSA DO DESERTO


DOS SONHO QUE NÃO SONHEI,
O REAL ALI SE FEZ...
ENCANTO, DESENCANTO,
RISOS E PRANTOS!

DOS SONHOS QUE EU SONHAVA,
AS LÁGRIMAS A FACE LAVAVA,
NA LABUTA DE CADA DIA 
DE SER O QUE NÃO SE QUERIA.

TÃO QUAL ROSA DO DESERTO
DE CAULE ROBUSTECIDO
SUBSISTIR É PRECISO
AS INTEMPÉRIES  DO TEMPO.


DO TEMPO QUE EU SONHAVA
JANELAS DA ALMA FECHADAS
NO SILÊNCIO SE FAZIA DORMIR
O SONHO QUE NÃO  PODE FLUIR.



 CONCEIÇÃO GAMA.
15/08/13




segunda-feira, 18 de março de 2013

Querer







Querer

O silêncio se fazia presente
Para escutar a voz ausente
Saudade que a gente sente
Encontrar o que nos pertence

E lá no profundo ser
Onde tudo pode acontecer
Anseia-se reconhecer
O sentido de um querer

Querer chorar e sorrir
Querer levantar e cair
Querer poder sentir...

O limite que nos liberta
A força que nos alerta
Desejo de ser feliz!

Conceição Gama.
18/03/13